quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

O Hobbit: A Desolação de Smaug (2013)




Mais uma quadra natalícia, mais um filme “made in” Terra Média (também conhecida como Nova Zelândia). «O Hobbit: A Desolação de Smaug» é o segundo tomo das aventuras do pequeno hobbit Bilbo Baggins, juntamente com o feiticeiro Gandalf e treze ferozes anões liderados pelo carismático Thorin Escudo-de-Carvalho. Por entre as deliciosas paisagens imaginadas por J.R.R. Tolkien e trazidas à vida por Peter Jackson, esta irmandade prossegue a sua jornada em direcção ao reino de Erebor, a Montanha Solitária tomada várias décadas antes por um tenebroso dragão gigante chamado Smaug.

«O Hobbit: A Desolação de Smaug» entretém de forma competente e tem excelentes efeitos especiais, mas apresenta um enredo cheio de buracos – um filme deve obedecer à lógica que impõe aos espectadores e neste filme, em particular nas cenas com o dragão, essa mesma lógica é constantemente distorcida (se Smaug consegue detectar Bilbo através do olfacto, mesmo quando este está invisível, porque razão não consegue, mais tarde, encontrá-lo e ao grupo de anões que a ele se juntam na montanha?) No final, ficamos com a ideia de que o dragão é mais presunçoso do que perigoso (e é verdade que fala pelos cotovelos!) e nem a expectativa de o mesmo poder vir a dizimar a Cidade do Lago no próximo filme nos faz estremecer. Por outro lado, a teimosia em querer ligar esta trilogia à de «O Senhor dos Anéis» desvaloriza a narrativa central.

Em suma, este capítulo possui vários dos mesmos trunfos que o filme anterior e a trilogia de «O Senhor dos Anéis» tinham, mas obedece cada vez mais à lógica de um jogo de computador em que os heróis saltam de um nível para o seguinte. Apesar de alguns bons momentos na parte da representação, não houve muita preocupação em contar uma história do ponto de vista das personagens (até Bilbo é relegado para segundo plano em boa parte do filme). As cenas de acção impossível sucedem-se (a da matança de orcs no rio, dentro de barris, é o melhor exemplo) e fazem com que todos os vilões pareçam anedóticos, tal é a quantidade de vezes em que são vencidos. Peter Jackson está aos poucos a aproximar-se de George Lucas na realização de épicos de fantasia, e isso não augura nada de bom... 

Nota: 3/5


Desejo-vos muitos e bons filmes. 

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