Excelente thriller psicológico de Christopher Nolan, um dos realizadores mais
imaginativos no que toca à construção de blockbusters
cerebrais. Depois de nos trazer aquele que é considerado um dos melhores filmes
da saga do Batman, «O Cavaleiro das Trevas», Nolan surge com uma nova proposta:
«A Origem» é um filme grandioso, cheio de efeitos especiais suculentos - cenas
como a cidade a dobrar-se, as lutas com ausência de gravidade e os prédios a
ruir à beira mar são disso exemplo - sem que, no entanto, estes ofusquem a
história ou as emoções das personagens.
Encontramos aqui ecos de outros
filmes que também abordam a dicotomia realidade/sonho como é o caso de «Matrix»,
«O Despertar da Mente», ou o «eXistenZ» de David Cronenberg; e até há um certo
paralelismo com os filmes do James Bond nas cenas de acção (sobretudo as
perseguições na neve). «A Origem» tem, contudo, um enredo próprio bastante
imaginativo. Não é um filme fácil e, portanto, necessita da máxima atenção do
espectador para compreender o que se está a passar e por que razão somos
catapultados para diferentes níveis de sonho cada vez mais profundos e com
cenários diversificados.
Todo o elenco é bom, mas o
destaque vai para Leonardo DiCaprio no papel de hábil manipulador de sonhos e
Marion Cottilard enquanto projecção perigosa do subconsciente da personagem de
DiCaprio. É interessante acompanhar os acontecimentos que marcaram a relação destas
duas personagens à medida que o filme se vai desenrolando diante dos nossos
olhos. Este magnífico par consegue tornar um filme bombástico numa obra
intimista com representações assombrosas.
Nota: 5/5
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