Pela mão do realizador James
Mangold chega-nos este «Logan», o último filme em que o actor Hugh Jackman
encarna a personagem de Logan, o sobejamente conhecido Wolverine da saga X-Men.
Este filme passa-se cerca de 12 anos no futuro, num mundo em que os mutantes
pararam de nascer e os já existentes foram quase totalmente erradicados pelos
humanos. Resta-nos, assim, Logan – envelhecido e com os seus poderes de cura
mais limitados-, o Professor Charles Xavier e poucos mais mutantes que
escaparam às garras dos seus destruidores.
Logan há muito deixou o seu nome
para trás e ganha a vida como condutor de limusines enquanto tenta juntar
dinheiro para sair do país com o Professor X (agora com crises de Alzheimer e uma
mente instável capaz de semear o caos e destruição) quando o passado lhe bate à
porta na figura de uma menina mutante com poderes muito semelhantes aos do
Wolverine. A partir daqui Logan terá de levar Laura, a mutante, e o Professor
Xavier numa viagem a um destino desconhecido e recheado de perigos.
«Logan» é, acima de tudo, um road movie, em que nos é permitido
desfrutar das belas paisagens do interior americano. É também o filme mais
brutal da saga, considerando que há decapitações, membros cortados e todo o
tipo de fracturas e ferimentos. Como conclusão do universo X-Men (pouco
provável, pois pode-se sempre pegar em qualquer outra das imensas personagens
deste universo) é competente, embora não perfeito.
O ponto forte desta película é a interacção
entre Logan, o Professor X e a menina (excelente interpretação da jovem Dafne
Keen). Somos incapazes de esconder um sorriso sempre que vemos Logan tentar
educar a selvática criança. Em contrapartida, os vilões deste filme são
desinteressantes, pouco estando à altura de Wolverine e da sua pandilha. O
maior vilão acaba por se traduzir nos demónios que habitam o próprio herói (e que
se materializam a determinada altura do filme). O ritmo também não ajuda, com
momentos em que pouco ou nada se passa e a duração do filme poderia, sem
prejuízo para a história, ser reduzida em meia hora.
O tom sombrio e realista do filme,
quase que a convocar um western, torna-o diferente dos outros filmes dos X-Men.
Mas nem sempre isso joga a seu favor.
Nota: 3,5 em 5.
Desejo-vos muitos e bons filmes.
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