sábado, 1 de abril de 2017

Vida Inteligente (2017)





Daniel Espinosa traz-nos este «Life» ou «Vida Inteligente» em português, um amontoado de ideias retiradas de «Alien: O Oitavo Passageiro» com alguns momentos extraídos de «Gravidade» e até «Event Horizon». Com efeito, a colagem a «Alien» é tão grande que todo o filme parece um enorme decalque desse título seminal de ficção científica. Os guionistas - os mesmos que nos deram o interessante «Deadpool» - resolveram abandonar o mundo dos super-heróis para fazerem uma abordagem ao universo sci-fi, embora tenham dificuldade em fazer algo brilhante ou sequer original.

A narrativa resume-se ao seguinte: temos uma equipa de seis elementos, entre os quais Ryan Reynolds, Rebecca Ferguson e Jake Gyllenhaal, estacionados na Estação Internacional Espacial que recebem uma sonda que esteve a explorar solo marciano. Nessa sonda vem presente um organismo biológico unicelular que vem confirmar a existência de vida para além da Terra. A equipa e toda a humanidade rejubilam com a descoberta, tratando até de arranjar um nome carinhoso – Calvin – para o ser microscópico. Contudo, a situação muda quando Calvin começa a crescer exponencialmente e a revelar força e inteligência anormalmente grandes. Por fim consegue evadir-se e começar a fazer a vida negra à equipa que, tem agora como missão impedir que o organismo atinja solo terrestre.

O design da Estação Espacial Internacional é muito bom, tendo o espectador direito a um grande plano em que vemos os diferentes corredores e salas da estação e os efeitos especiais são bastante acima da média. O problema está na história feita de colagens dos filmes já mencionados, no enredo pouco credível (o monstro consegue desligar as comunicações da nave com a Terra, recorrer a utensílios e maquinaria complexa e deslizar convenientemente pelas condutas de ar) e nas personagens mal amanhadas: Rebecca Ferguson é tão certinha que irrita, Jake Gyllenhall é tão apagado que chateia e Ryan Reynolds tenta tanto ter piada que até dá dó. Melhores estão os secundários, particularmente o quase desconhecido Aryion Bakare na pele de um cientista paraplégico que cria um laço com a criatura.


Quem gosta de ficção científica pode dar um salto ao cinema para ver esta película, à sua responsabilidade. Quem não gosta, nem sequer deve atrever-se a sair de casa.    

Nota: 3 em 5.


Desejo-vos muitos e bons filmes.

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