Após uma ausência de doze anos
(King Kong de Peter Jackson é de 2005), surge-nos novamente em cena o
centenário gorila gigante King Kong, num novo filme passado na ilha que dá nome
ao filme, a Ilha da Caveira. Em 1944, dois soldados, um americano e outro
japonês, despenham-se numa estranha ilha desconhecida algures no Pacífico Sul.
Enquanto se tentam matar um ao outro, surge-lhes literalmente à frente uma
ameaça de enormes dimensões chamada Kong.
Passamos para 1973, após o
término da Guerra do Vietname. Uma expedição encabeçada por um batedor (Tom
Hiddleston), uma jornalista de guerra (Brie Larson) e um tenente-coronel
veterano da Guerra do Vietname (Samuel L. Jackson), leva a cabo a missão de
desbravar a Skull Island, último território desconhecido da humanidade e um mar
de potencialidades para os descobridores. No entanto, cedo descobrem estar na
presença de criaturas muito sui generis,
entre as quais um gorila gigantesco chamado pela população local de Kong, que
não estão dispostas a facilitar-lhes a vida. A partir do momento em que os
helicópteros em que viajam até à ilha são abatidos por Kong, o caos está
instalado. Os sobreviventes devem percorrer a ilha e chegar a porto seguro, ao
mesmo tempo que se deparam com a fauna e flora daquela região misteriosa.
«Kong: A Ilha da Caveira» não é
mais do que um filme de guerra, um pretexto para usar sequências de acção
fabulosas (que o são, não haja dúvida), mas um desastre no que toca a tecer uma
lógica para a sua própria história: por que razão existe um gorila de tão
grandes dimensões numa terra onde quase tudo tem proporções normais é coisa que
não sabemos. Igualmente desconhecemos a razão de haver uma tempestade
permanente nas águas que envolvem a ilha. E o filme não se preocupa em explicar
estas bizarrias. O tratamento dado às personagens não é muito melhor, sendo as
mesmas unidimensionais e – à excepção do trio protagonista – carne para canhão
das criaturas que habitam a ilha.
Este filme fica, assim, bastante
aquém do «King Kong» de Peter Jackson. Não só lhe falta o glamour dos anos 30
(transpor a história para os anos 70 não foi uma boa ideia) e um certo romance
emprestado à história por Jackson, como tenta recriar o ambiente de «Apocalypse
Now» numa história de luta entre Homem e Natureza.
Nota: 2,5 em 5.
Desejo-vos muitos e bons filmes.
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