«Ghost In The Shell» é o remake americano
de um filme de animação japonês (anime) de 1995 que, por sua vez, é uma
adaptação de uma manga japonesa com o mesmo nome. A ideia de base desta
história é a fusão da tecnologia com a humanidade e os benefícios e perigos que
daí podem advir. Neste remake americano acompanhamos a personagem Major
(interpretada pela sobejamente conhecida Scarlett Johansson), o primeiro ser a ter um cérebro humano e um corpo completamente artificial. Major
trabalha numa instituição policial chamada Secção 9 que está na peugada de um perigoso
hacker capaz de aceder aos cérebros
das pessoas e controlá-los.
Este remake apresenta um grande
aparato visual, onde se destacam as cenas dos mergulhos da Major do alto de edifícios
vertiginosos e as magníficas paisagens urbanas repletas de anúncios publicitários,
claramente inspiradas na estética de «Blade Runner». A colagem visual a este
filme e a falta de originalidade do enredo acabam por ser, no entanto, o calcanhar de Aquiles de «Ghost In The Shell»: já vimos o mesmo noutros filmes e
explorado até de forma mais profunda («Robocop» é um exemplo óbvio).
Scarlett Johansson vai bem neste
filme, abraçando sem dificuldade uma personagem austera e desprovida de emoção.
Mais uma vez, e como já aconteceu em «A Grande Muralha» com Matt Damon, a
escolha desta actriz ficou envolvida em polémica por ser uma cara americana num
filme quase totalmente nipónico (e de raiz fortemente nipónica). Mas Hollywood
considerou que era a única forma de vender uma história que, até aqui, passou
ao lado de quase toda a sociedade americana.
À semelhança de Johansson, também
o resto do elenco parece desprovido de emoção, funcionando de modo frio e
maquinal. Isto é evidente na cena em que um suspeito é capturado pela Major e
se suicida na prisão, em frente a todos, continuando os demais a falar como se
nada tivesse acontecido.
«Ghost In The Shell» é para quem
gosta de sci-fi com um travo a policial noir.
Nota: 3,5 em 5.
Desejo-vos muitos e bons filmes.
Sem comentários:
Enviar um comentário