O que dizer do novo filme de
Guy Ritchie? Que é grandioso, desde as primeiras imagens até aos créditos
finais? Sem dúvida. Que consegue ser o épico que ambiciona ser? Absolutamente.
Mas isso faz dele um filme brilhante? Aí é que a porca torce o rabo…
Após fazer uma incursão pelo
universo do mais célebre detective da História, Sherlock Holmes, Guy Ritchie
resolve recontar a história do Rei Artur e dos seus Cavaleiros da Távola
Redonda. No entanto, fá-lo de forma não convencional para um filme deste género:
a infância e juventude do Rei Artur é passada em modo fast forward, como se de um videoclip se tratasse, para chegarmos
ao Artur adulto (Charlie Hunnam). Isto faz com que haja um certo desapego
emocional em relação a esta personagem, por acompanharmos a sua evolução num
abrir e fechar de olhos. Depois, temos a imagem de marca de Guy Ritchie que são
os diálogos de taberna rápidos e acutilantes dos camaradas do Rei Artur e que
estão presentes em quase todos os seus filmes, mas que aqui parecem destoar um
pouco do tipo de filme. Quem aprecia este pormenor nos trabalhos de Ritchie,
não vai sair defraudado.
Depois temos Jude Law a
interpretar o vilão Vortigern, tio de Artur e usurpador do trono
de Camelot. As motivações desta personagem deveriam ter sido mais aprofundadas
no sentido de compreendermos as suas razões para odiar tanto o sobrinho a ponto
de sacrificar membros da sua própria família para tentar derrubá-lo e elevar os
seus poderes.
Há também o aspecto da magia que
tira alguma seriedade a um filme que, de outro modo, tem os pés bem assentes na
terra. É óbvio que a magia sempre esteve presente neste conto, ou não fosse a
espada Excalibur um exemplo disso mesmo, mas não era necessário exagerar -
cobras e elefantes gigantes para quê? E por que razão Vortigern não usa os seus
poderes de feiticeiro para aniquilar Artur e seus companheiros? Há muitas
incoerências neste filme bem como a falta de uma boa história para o podermos
considerar um clássico.
Nota: 2 em 5.
Desejo-vos muitos e bons filmes.
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