O novo filme de Zhang Yimou
passa-se na China do século XI e conta a história de dois mercenários europeus
(Matt Damon e Pedro Pascal) que deparam acidentalmente com a Grande Muralha da
China e o poderoso exército que nela reside. Rapidamente são integrados no
exército e vêm a descobrir que o respectivo intuito não é repelir os mongóis
mas combater uns monstros lendários que surgem a cada sessenta anos para
espalhar o caos e o terror na região.
Este épico de fantasia é uma
produção chinesa e americana e mostra um Zhang Yimou rendido aos estúdios de
Hollywood, com toda a pirotecnia e efeitos especiais a que estes nos habituaram
ao longo dos anos. Não há aqui nada que identifique o filme como sendo chinês,
excepto o elenco fortemente constituído por actores e actrizes deste país. Mas
claro que para ser um fenómeno de audiências era preciso um rosto familiar, e
nada melhor do que Matt Damon para garantir o êxito do filme (manobra que
provocou, aliás, grande polémica).
Matt damon não deslumbra,
deixando que Pedro Pascal (que antes vimos em «A Guerra dos Tronos») seja o comic relief e o melhor que o filme tem
para oferecer. De resto não há ninguém que se destaque, nem sequer o tão
conhecido Willem Dafoe, aqui utilizado como secundário e com pouco tempo de
ecrã. Da mesma forma, o CGI utilizado não é muito convincente, estando os já
referidos monstros num patamar de igualdade com outras criaturas de outros
filmes americanos. Há uma tentativa de criar romance entre a personagem de
Damon e a comandante chinesa da Grande Muralha, mas que nunca se chega a
concretizar.
Tudo é grandioso em «A Grande
Muralha»: as paisagens, as resmas de monstros, o exército imponente e,
sobretudo, as portentosas cenas de acção. No entanto, não há nada que surpreenda,
pois este é um filme que poderia ter sido feito por um qualquer tarefeiro de
Hollywood.
Nota: 2,5 em 5.
Desejo-vos muitos e bons filmes.